sábado, 9 de maio de 2015

Adélia Prado II

UMA   PERGUNTA 

Vede como nossos  filhos nos olham,
como nos lançam em rosto
uma conta que ignoravamos.
Não cariciosos,convertem em pura dor
a paixão que os gerou. 
Por  qual ilusão poderosa 
nos vêem assim tão maus,
a nós que,tal como eles,
buscamos  a mesma mãe,
concha blindada a salvo de predadores. 


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