ESTUDO INACABADO
DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:
ENTRE O SER E AS ACOISAS
Onda e amor,onde amor,ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso,nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
As almas,não,as almas vão pairando,
e,esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor,e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens,suas
verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungido
uma fogueira a arder no dia findo.
MUSEU DA INCONFIDÊNCIA
São palavras no chão
e memória nos autos.
As casas inda restam,
os amores,mais não.
E restam poucas roupas,
sobrepeliz de pároco,
a vara de um juiz,
anjos,púrpuras,ecos.
Macia flor de olvido,
sem aroma governas
o tempo ingovernável.
Muros pranteiam.Só.
Toda história é remorso.
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