sábado, 9 de maio de 2015

ADÉLIA PRADO III

CONTRAMOR 
O amor tomava a carne das horas
e sentava-se entre nós.
Era ele mesmo a cadeira,o ar,o tom da voz:
Você  gosta mesmo de mim?
Entre pergunta  e resposta,vi o dedo,
o meu,este que,dentro de minha mãe,
a expensas dela formou-se
e sem ter aonde ir fica comigo,
serviçal  e carente.
Onde estás agora?
Sou-lhe tão grata,mãe,
sinto tanta saudade da senhora...
Fiz-lhe uma pergunta simples,disse o noivo.
Por que este choro agora.

OBSERVACAO: ESTES 3 ESCRITOS SÃO DO LIVRO:"MISERERE", DE 
ADÉLIA  PRADO! 
              

Nenhum comentário:

Postar um comentário