sexta-feira, 17 de junho de 2011

POEMAS DO BEATO JOÃO PAULO II -GRAVADOS PELO PE. FÁBIO DE MELO,scj


DESCRIÇÃO DO HOMEM (RYSOPIS CZLOWIEKA)

Há enredos emaranhados.Se procuras decifrá-los,sentes que junto a esses deverias rasgar-te a ti mesmo.Basta-te então olhar, procurar entender-não te adentrar pertinaz para que não te engula o abismo: é apenas o abismo do pensar,não é o abismo do ser.O ser não absorve,mas cresce e lentamente se transforma em sussurro:este é o pensamento impregnado de existência-tu o universo,Deus. Inversamente-sentes como tudo te agarra pelas pernas, o ser se reduz a um ponto, e o pensamento, como estepe, se torna árido.Simplesmente trabalha, tem confiança. E entra em ti apenas aquele tanto que te torne consciente do teu orgulho ( e isso já é humildade).E vigia sobretudo a vontade. Um prepotente desabafo dos sentimentos surge apenas raramente e a Deus não chega.




CONTEMPLAÇÃO RETROSPECTIVA DO ENCONTRO

Ninguém ousaria olhar assim dentro de si. Diferente o seu modo de conhecer. Quase não ergueu os olhos. Era ele grande lente de
todo conhecimento.Como o poço que resplendia através do rosto-Um espelho...como o poço...que refulgia no profundo.Não devia sair de si mesmo,erguer os olhos,compreender. Via-me em si. Possuía-me em si.Atravessava sem esforço o meu ser e apareceu em mim através da minha vergonha e do pensamento longamente reprimido.Pareceu tocar a pulsação das minhas fontes.E de repente fez surgir em mim um cansaço infinito com muito desvelo...Eram simples as palavras.Caminhavam a meu lado como carneirinhos. E dentro...fizeram alçar voo os pássaros adormecidos no ninho.Estava tudo lá,no meu pecado e no meu segredo.Dize-me -devia doer,devia pesar (a onda dos meus pensamentos se abate pesada como tampa metálica)- Calas - mas agora sei, aberta para sempre em virtude da tua palavra e em Ti, naquele momento,não sofri o bastante, não até a justa medida . Dize-me...hoje o amor gostaria de chamar a si aquela dor...tirá-la de Ti,envolvendo - se nela como em uma fita tênue...É tarde: de agora em diante toda dor que volte de Ti se transforma, ao longo do percurso,em amor.Que solicitude.Que bondade no conhecer.No entanto nem ergueste o olhar - tu me falavas somente com aqueles olhos que o profundo esplendor do poço espelhava.



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